AGRONEGÓCIO

COMITIVA DE MT SEGUE PARA EUROPA E VAI DEBATER PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO ESTADO.

DIA DE CAMPO EM QUERÊNCIA. FOTO HOMERO SERGIO.

Uma comitiva liderada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) parte para a Europa para uma série de reuniões com autoridades políticas, órgãos ambientais, entidades e imprensa para mostrar a sustentabilidade da produção agrícola do Estado.

“Queremos mostrar para as autoridades europeias e para o mercado que somos o país que mais preserva no mundo e que os agricultores seguem uma legislação rígida no Brasil. Em Mato Grosso, temos o programa Soja Plus, que busca colocar todos os produtores rurais em conformidade com as legislações ambiental e trabalhista. Isso precisa ser visto e reconhecido mundo afora”, afirma Antonio Galvan, presidente da Aprosoja.

O primeiro compromisso será em Bruxelas, na Bélgica, na segunda (19). Será realizado um workshop sobre a produção sustentável de soja no Brasil. O público alvo são o mercado europeu, como varejistas e membros da Comissão Europeia. Além da Aprosoja, organizam o evento a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), a Federação Europeia dos Fabricantes de Rações (Fefac), a Federação Europeia de Óleo Vegetal e Proteínas (Fediol) e a Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH).

Já na terça (20), haverá uma mesa redonda no Parlamento Europeu e, em seguida, uma reunião com o Amsterdam Group. “É uma iniciativa criada pelos governos da Dinamarca, França, Alemanha, Holanda, Noruega e Reino Unido onde se discute a eliminação do desmatamento relacionada com o comércio das commodities agrícolas com estes países”, explica Marlene Lima, gerente de Sustentabilidade da Aprosoja.

Para fechar a agenda de compromissos em Bruxelas, haverá na quarta (21) uma reunião do comitê formado Aprosoja, Abiove, Fefac e Fediol e IDH sobre o memorando de entendimento assinado por essas entidades sobre produção sustentável de soja.

Em Paris, na quinta (22), a comitiva se reunirá com a Associação sa de Alimentos Compostos, membro da Fefac. Já na sexta (23), em Berlim, haverá reunião com autoridades alemãs e com a Embaixada Brasileira no país.

Fonte: Ascom Aprosoja

SAÚDE

MATO GROSSO COM 132 MÉDICOS MENOS

Dos 258 profissionais que atuam em Mato Grosso pelo programa Mais Médicos, criado há cinco anos pelo governo federal, 132 são cubanos e devem deixar o país após Cuba desistir de fazer parte do programa, ao alegar ameaças feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro aos estrangeiros. O número de cubanos representa mais de 50% do total de médicos do programa no estado.

A coordenadora de Atenção Primária da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Regina Paula de Oliveira Amorim Costa, a decisão anunciada pelo governo de Cuba é grave para Mato Grosso.

“A saída desses profissionais é algo realmente grave para o estado, pois cerca de 1/3 da cobertura da atenção primária é feita pelos médicos do programa e com a saída deles teria diminuição rápida da atenção primária, que é a porta do SUS. É um grande problema para a saúde pública do estado e do país todo”, declarou.

Ela disse que soube do anúncio extraoficialmente e que está no aguardo de um comunicado oficial do Ministério da Saúde, responsável pela coordenação do programa. “Ainda não sabemos como vai se dar a saída dos médicos”, afirmou.

Dos outros médicos que fazem parte do programa no estado, 39 são brasileiros formados no Brasil e 65 são brasileiros formados em outros países.

Atualmente, segundo a coordenadora, os médicos do programa atendem em 102 municípios mato-grossenses e, destes, 55 têm médicos cubanos. Com mais de 100 municípios beneficiados, Mato Grosso corresponde a quase 10% do total de municípios brasileiros atendidos pelo programa. Ao todo, são 1.100 municípios atendidos pelo programa.

Saúde indígena

Entre outros benefícios do programa Mais Médicos, Regina Amorim cita o avanço no atendimento aos indígenas. “Tínhamos muitas dificuldades em manter médicos nas unidades de saúde indígena. O programa busca levar atendimento a locais mais distantes, porque muitos médicos não querem ficar nesses locais, que têm uma população mais carente de atenção”, enfatizou.

Os médicos cubanos atendem a população indígena em cinco Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). São 35 profissionais distribuídos nas unidades de saúde dos DSEIs do Araguaia (5); de Cuiabá (11); Kayapó (4); Xavante (9) e Xingu (6).

“O Mais Médicos foi o que se dipôs a atender essa demanda. A população ficou extremamente satisfeita com o atendimento prestado por esses médicos, que são capacitados para a atenção primária”, lamentou a coordenadora.

Declarações do presidente eleito

Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele “expulsaria” os médicos cubanos do Brasil com base no exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo.

No comunicado emitido nesta quarta-feira, o governo cubano diz que “o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e que assim comunicou à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde [Opas] e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam a iniciativa”.

O programa

O programa Mais Médicos foi criado pelo governo federal em 2013 e contempla três eixos estruturantes: ampliação e melhoria da infraestrutura das unidades básicas; provimento emergencial de médicos em locais de difícil o e nas periferias das grandes cidades por meio de adesão dos municípios a editais lançados pelo Ministério da Saúde; e a adesão de médicos.

O Mais Médicos contrata profissionais de várias nacionalidades, e não apenas cubanos. Todos os estrangeiros que participam do programa federal têm autorização de atuar no Brasil mesmo sem ter se submetido ao Revalida.

Apesar de ter sido criado em meados de 2013, Mato Grosso só recebeu médicos do programa no ano seguinte.

FONTE: G1 MT.